sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Museu Nacional do Mar


        Já contamos um pouco de nossa história na postagem inaugural, "Como tudo começou..." Contarei agora como nos interessamos por navegação, em especial, à vela.

            Logo que chegamos a São Francisco do Sul começamos a frequentar o Sarau Lítero-Musical do Museu Nacional do Mar. Espaço cultural importante para a cidade. Embora tenha uma população pequena, aproximadamente 50.000 habitantes, proporcionalmente, têm uma vida cultural interessante, historicamente tradicional.

            Sou músico desde os 12 anos, quando aprendi as primeiras notas em um violão abandonado na casa dos avós. Minha experiência com aulas particulares de música em Curitiba propiciou o privilégio de poder fazer parte do Projeto Música no Museu do Mar. Nos dias chuvosos, tinha a “sorte” dos alunos de uma pequena turma, faltarem. Aproveitava a brecha e perambulava com bastante calma pelas salas do Museu absorvendo tudo o que encontrava. Observava estupefato, como homens faziam-se ao mar com diferentes embarcações, cada qual, com características peculiares devido ao local e condições que encontravam. Dada nossa geografia, temos desenhos, projetos e maneiras muito diferentes na construção das embarcações. Em alguns pontos do nordeste do Brasil os pescadores ainda utilizam barcos à vela. A revolução industrial ainda não se fez completamente presente nesses lugares e isso traz consigo um impacto ambiental muito menor comparado aos lugares onde a pesca tornou-se industrial.

            O Museu Nacional do Mar tem uma sala dedicada ao Amyr Klink e um espaço, ao final, a Beto Pandiani e sua equipe. Essas duas figuras e suas façanhas me impressionaram muito. O Amyr é reconhecido internacionalmente como um dos maiores navegadores da história e sua biografia deve ser conhecida. Beto Pandiani e Cia. já dobraram o Cabo Horn, o mais temido do planeta, em dois catamarãs Hobby Cat.





            São histórias muito impressionantes para passarem ilesas por nossa consciência. Não há quem não mude a maneira como enxerga as coisas depois que tem contato com essas façanhas. Depois desses mergulhos, emergiam perguntas que se não devidamente respondidas, incomodavam. Com todo esse mar ao nosso redor o que estamos fazendo em terra ainda? Com essa baía Babitonga maravilhosa vocês vão se contentar em ficar olhando? Como podemos aproveitar melhor esse tesouro ofertado de graça? E outras mais...

            Esse é o poder de um Museu. Pode fazer você enxergar com outros olhos uma coisa que sempre esteve ali, o tempo todo. Uma maneira indireta de repassar o conhecimento e dedicação que homens tiveram com aquela temática, no nosso caso, o Mar. Geralmente os Museus abordam assuntos e temáticas que só acrescentam em nossas vidas, lá dentro, não incutiram-me nenhuma necessidade falsa, fizeram-me reconhecer o verdadeiro valor que determinadas coisas têm que ter, dentre as quais, solidariedade, honestidade, simplicidade, respeito à natureza e outras mais que todo homem do mar tem em sua cartilha sem fazer alarde.
            Aqui você encontra uma maneira de fazer um passeio virtual pelo Museu Nacional do Mar, mas não se deixe enganar por nossas novas tecnologias, a visita presencial ainda é obrigatória e não se surpreenda se achar o Museu um pouco rústico, com o seu conteúdo ninguém precisa plantar bananeira ou sortear um carro novo para que você se interesse, e, se conseguir captar a mensagem, já terá valido a pena.

            Bons ventos desde a Babitonga!

2 comentários:

  1. Parabéns,
    Nós também gostamos muito do Almir,fomos no Boot Show em São Paulo e assistimos uma palestra com o Almir.A Minha esposa e Louca por ele. Já visitamos muitas vezes o Museu ai em São Chico, vimos o barco do Almir.
    To te devendo uma visita pra vc,alias pra vc e para minha mãe rsrsrs.

    Abç
    Nilson

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    1. Obrigado Nilton. Esses são nossos verdadeiros heróis nacionais, e são muito pouco conhecidos. Quando temos contato com as façanhas deles, mudamos nossa visão de mundo, isso abre nossa mente para outras realidades. Faça uma visita para sua mãe, que mãe não gosta de esperar!

      Abraços desde a Babitonga!

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