segunda-feira, 1 de julho de 2013

Uma Ínfima Chave

Descobri que o motor não está com problema. Era apenas a chave que aciona o duto de entrada da água no motor para refrigerá-lo.

No meio do trajeto entre o Capri e o Museu Nacional do Mar o vento quase desapareceu, estávamos velejando em asa de pombo numa popa rasa a uns míseros 1,5 nós. Achamos por bem ligar o motor para que nossa chegada ao destino não fosse tardia. A partida foi dada sem grandes problemas, como de praxe. Com as velas abertas e o motorzinho apenas engatado em sua aceleração mínima ganhamos, estimo, quase o triplo da velocidade. Uns vinte minutos depois notamos fumaça saindo da cabine, todos estranharam e decidi desligar imediatamente o motor.  O diagnóstico era claro, não havia arrefecimento e o motor estava esquentando. Um certo desconforto tomou conta da gente pois teríamos que fazer a chegada velejando até a poita, o que exige um pouco mais de cuidado.


Wagner teve a ótima ideia de usar o pau de Spinaker na buja, com pouco vento, isso obriga a vela a ficar estendida, evita o panejamento e aumenta a eficácia. Na foto, ele está ao lado do mastro usando o celular [!].

Estávamos novamente só dependendo das velas e do vento quase inexistente. Para nossa alegria, de repente, rajadas do quadrante nordeste começaram a entrar. Sorrimos todos empolgados. Já estávamos chegando ao destino e lembrei que tinha que avisar a Luciane para que ela fosse nos buscar. Então dei a ideia, para aproveitar aquele vento bom que entrou, da gente dar uma esticada até o outro lado da baía, na Vila da Glória. Foi só diversão, pude sentir como nosso veleirinho se comporta, é um misto de estabilidade e desempenho [guardadas as devidas proporções].  Foi o tempo da Luciane se deslocar até o Museu e conseguimos testar o barco com um vento ideal, logo estávamos no porto do Hoje!, a Luciane chegava por terra, nós pelo mar. Procedimentos de chegada, amarração do barco à poita, guardamos as velas e desembarcamos.


Contudo, uma coisa não me deixava quieto. Testamos o motor quando o barco estava no seco, na carreta de encalhe, no Capri. Sr. Nestor, mecânico do Capri Iate Clube há 30 anos verificou comigo tudo o que era necessário, inclusive o sistema de arrefecimento. Alguma coisa estava errada, mas não era o motor.

Quando saímos a motor do Capri Iate Clube, o motor morreu logo que o ligamos, então o Wagner foi dar uma olhada e achou uma chave na base do motor. Achando que essa chave era de fechar o fornecimento de combustível para o motor ele a mudou de posição, pensando que desta forma estava abrindo. Concidentemente demos partida novamente e o motor pegou. O que eu descobriria num outro dia conversando com Sr. Nestor é que aquela chave é do duto da água que arrefece o motor, só funciona quando está na posição de 90°graus, ou seja, quando ela está na posição horizontal, independente do lado, está fechada, quando está na posição vertical, está aberta. Voltei ao barco nesse final de semana e fiz o teste, a água passou normalmente pelo duto interno do motor e saía no escape junto com os gases queimados do combustível, do jeito que deve ser.

Assinalado em vermelho, acima, a ínfima chave que por falta de uma lida no manual deixou todo mundo apreensivo.

Até o próximo post, abraço grave e bons ventos!

2 comentários:

  1. Rico, tomei a liberdade de colocar um Link do seu blog, lá no blog do vivre (flotilha), espero que não se importe! Bons Ventos!

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    1. Imagina Walnei, obrigado! É justamente pra isso que existe um blog. São blogs como o seu, do Ricardo Stark [nos deu um empurrãozinho pra fazer logo esse] e do Juca que nos ajudaram na decisão de um veleiro, pois são muito elucidativos e incentivadores. Abraço grave e bons ventos!

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